08/09/2011

Memórias parte III Essa é minha história.

                                                       O resgate de uma história

  Com o passar do tempo comecei a querer saber mais detalhes sobre minha vida, detalhes que não tinha como saber, pois estavam somente na memória de minha mãe.
  Comecei então a sentir falta de poder ler os registros da minha história, com certeza seria emocionante, muito especial, queria ler a história onde de fato eu não iria imaginar cada personagem, suas características, pois eu conhecia cada um deles.
  Passei a pensar como seria ler a história da minha própria vida! Seria interessante se durante nossa vida minha mãe tivesse feito alguns registros, mesmo que breves, em um simples caderno que fosse, eu poderia ler, relembrar e descobrir momentos quando desse vontade, já pensou mostrar os registros aos meus filhos, isso me ajudaria a detalhar a história de nossa família.
    Infelizmente minha história só estava escrita, assim como a da maioria de nós, no espaço do impiedoso tempo.
   O tempo que por vezes pode ser mágico quando parece não passar e ansiosamente aguardamos uma boa notícia ou um bom acontecimento, mas é esse mesmo tempo que ao nos separar para sempre de quem amamos nos diz que juntos nesta vida nunca mais...
   Assim só nos resta buscar nas entranhas do tempo vivido os momentos que serão eternos para nós.
Foi assim que dois anos depois ao engravidar do meu primeiro filho, o Lucas, eu comecei a registrar sentimentos e os diversos momentos que viviamos em um caderno que hoje o chamamos de :”Caderno da Vida”.
Tenho registrado nas páginas que hoje já estão ficando amareladas o livro mais importante que uma mãe poderia deixar ao seu filho, pois ele terá registrado sua própria história, a história de nossa família, com os momentos bons e difíceis, os quais fizeram parte de nossas vidas, fatos esses ilustrados com as fotos de personagens que ajudaram a construir, a escrever a História da vida dele.
Registrei com muitos detalhes a emoção que senti durante os meses de gravidez, os primeiros anos, as primeiras palavras, primeiro dentinho, primeiro dia de aula, mas até hoje faço um resumo anual incluindo as fotos de cada etapa.
 Depois de três anos de vida o Lucas passou a pedir muito um irmãozinho ou uma irmãzinha, nós ganhamos de presente a Amanda, realmente como diz o significado de seu nome ela é “digna de ser amada”! 

 Assim como o Lucas trouxe luz, a Amandinha veio completar nossa família sendo nossa estrelinha. Fiz também o Caderno da Vida para minha filha. 
                              Sempre fiz questão de contar aos meus filhos sobre a avó que eles não conheceram.
Meu pai enquanto esteve entre nós oferecendo sua luz e sabedoria,resgatava com os netos amados, um pouco de nossa história. Já aposentado contava para meus filhos outras histórias também, me auxiliando de perto nessa magia de ser um grande avô e um grande contador de histórias.

Minha filha a medida que crescia e ao me ver fazendo os registros no caderno, passou a pedir para que eu lesse, tanto o seu como o do seu irmão, ela adorava saber sobre acontecimentos e sempre tinha algo a perguntar..

É o que nós como alfabetizadores já sabemos há muito tempo, para despertar o gosto pela leitura tenho que ser um modelo leitor e tinha a prova disso com minha filha.
Foi muito grande a emoção que senti quando certa vez minha filha, aos seis anos, me pediu se poderia levá-la ao cemitério, fiquei chocada e perguntei o porquê, qual não foi minha surpresa quando me disse que havia escrito uma carta para vó Vera e precisava entregar...

Após todas as explicações juntas concluímos que a vovó saberia o conteúdo da carta uma vez que ao escrevê-la havia feita uma espécie de oração, então resolvemos colar a carta no Caderno da Vida e esse foi o primeiro texto produzido pela minha filha, a carta que ela queria enviar para a avó que não chegou a conhecer, a não ser como personagem da história da minha vida.

Naquela noite lembrei muito da minha tia a contadora de Histórias, revivi momentos onde meu pai, após ser avô dispunha do precioso Tempo e havia se transformado na vida dos meus filhos como um grande contador de histórias, inclusive resgatando sempre que possível a história de uma vovó que não chegou a conhecer seus netinhos, mas que sempre teve esse sonho.

Essa atitude da minha filha fez com que eu refletisse:
Como uma criança que não conheceu sua avó poderia lhe escrever uma carta?
Simplesmente porque sabia e sempre ouvia falar sobre a história da vovó que queria muito ter netinhos, mas que foi morar no céu e com certeza teria ajudado a escolher os anjinhos que Deus me mandaria como filhos.
Com certeza em qualquer lugar que ela estivesse estaria feliz com nossas conquistas e nos abençoando sempre, ela estará presente como uma estrela no céu.
Esse acontecimento só me fez acreditar ainda mais na importância de ouvir histórias, de registrar os acontecimentos.
Da mesma forma que eu fui levada ao mundo mágico dos contos, esses fizeram parte da vida dos meus filhos e consegui incluir o conto da história de vida da nossa família e me orgulho muito disso.
Devo tudo isso a amor que recebi de meus pais e ao exemplo de Super Màe que eu tive! 
                     Hoje  paro meu relato  por aqui, agradecendo a você por sua companhia .
                     Que você receba  as melhores vibrações de luz e paz em seu coração.
                     Que Deus abençõe a todos nós!
                                 Muiiita Paz!
                                   Marcinha



                                                    Vídeo de Igor Pereira
                                               Música MÃE ( Rick e Renner)

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